domingo, 12 de agosto de 2007

Efeito borboleta de sessão da tarde

É impossível não ficar com a pulga atrás da orelha ao assistir um filme onde os personagens têm a opção de voltar ao passado e alterar pequenos fatos. Você passa a pensar que pequenas ações podem causar efeitos torrenciais no futuro, e como seria sua vida se você tivesse tomado outra decisão alhures.
Uma das coisas que este que vos escreve se arrepende de não ter feito é que quando “pequeno” não assistiu “De volta para o futuro” com os olhos de hoje.
Há alguns anos, fiquei embasbacado ao assistir “Efeito Borboleta”, tentei me inteirar sobre a teoria do caos e fiquei pensando em decisões que tinham moldado o destino. Agora, depois de 6 horas seguidas assistindo “De volta para o futuro”, notei que poderia ter tido esse período reflexivo ainda mais jovem.
Quando era mais novo eu sempre quis ter um Nike McFly que amarrasse sozinho os cordões do tênis, e é imensurável o quanto almejava ter um skate voador, mesmo sem saber andar no com rodinhas.
Assistindo o filme agora em 2007, faltam apenas 8 anos para chegarmos no futuro distante da história e ainda não estamos nem perto de ter a parafernália que tanto quis quando pequeno, mas finalmente entendo o discurso sobre o “corrum temporal” que o Dr. Brown tanto dizia, e além de divertido, o filme pode até gerar boas reflexões, ou no mínimo um texto meia boca, para um blog sem atualizações.
Só voltando para o passado, nas prateleiras de filmes, para achar um filme com um tema sério retratado de uma maneira tão genial e divertida. Criticas a parte, a abordagem sessão da tarde funciona magistralmente bem nesse filme.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Saudade minha, que não é a sua

No dicionário o verbo esquecer é definido como: “perder a lembrança de alguém ou de alguma coisa”. Pareceria simples, se perder uma lembrança fosse fácil como perder uma moeda, ou até mesmo um óculos.
Saudade é outra palavra que rotular torna-a mais simples e encarável. Podemos defini-la ainda de duas maneiras teoricamente racionais, com intuito de diminuir seu impacto emocional. Podemos dizer de maneira polida e sofisticada que é a “lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir”. Ou simplificar o já não tão simples, definindo-a como “Nostalgia”.
Se você não consegue perder a lembrança triste e suave da pessoa distante, a ausência de esquecimento acarretará em uma overdose de saudade. Saudade essa que será a sua, não a da pessoa distante. Minha? Não dela? Mas ambos estamos distantes, ou não?
Não! Ela está à milhas de distância para você. Já você... No entanto, todavia, contudo, porém, está a milímetros dela! Milímetros? Sim! Você não saí do calcanhar da pessoa...
Sua saudade sufoca a da pessoa alheia, o que impede que ela sinta tal emoção. Isso acaba tornando-se um ciclo vicioso! Quanto mais você a procura, menos ela quererá que você apareça, pois estará impregnada de sua “presença”. Chico Amaral e Samuel Rosa já exploraram até em música este impacto causado pela saudade unilateral como vemos em “Sinto sua falta, Não posso esperar tanto tempo assim”, e ao mesmo tempo tinham total ciência de que estavam à mercê do outro, como é dito em seguida em “Me sinto só, me sinto só, eu me sinto tão seu...”
Pode ser injusto, mas a saudade minha não é a sua...

terça-feira, 24 de julho de 2007

A outra e ela

- Você gosta dela?
- Gosto! Claro...
- E da outra não?
- Não... Não...
- E é por isso que você a evita e prefere a outra?
- Não a outra, eu gosto dela! Não sei, talvez eu não goste da outra por me dar atenção até demais.
- E você prefere ela que não te da atenção?
- Não que eu prefira ela que não me da atenção, é que sou eu quem dou atenção demais a ela!
- E não à outra?
- Não, à outra não!
- E porque você só dá atenção a ela, se quem te dá atenção é a outra?
- Por que a gente só dá valor pro que é difícil, não é legal quando as coisas são fáceis.
- E será que ela não pensa assim?
- A outra talvez sim, ela não sei... Será que é por isso que ela me evita?
- Talvez, mas você gosta dela?
- Gosto! Claro...
- E da outra não?
- Não... Da outra não...

segunda-feira, 23 de julho de 2007

E daqui dez anos?

- Como você se vê daqui dois anos?
- Dividindo um kit-net apertado com um amigo...
- Você é burro ou pensa baixo?
- Eu sou feliz e investidor...
- Hum... desenvolva sua perspectiva...
- Bom, grande parte do meu salário eu invisto para o futuro. Um futuro próximo, mas não próximo daqui dois anos. Por isso não da pra ficar me dando ao luxo de gastar e esbanjar.
- Seu amigo pensa igual você?
- Opa! Acho que só você não gosta de como eu me vejo.
- É, acho que não estou conseguindo pintar a imagem na minha mente, você pode me ajudar?
- Bom, imagine dois indivíduos com cara de cansado. Eles estão sentados no sofá, assistindo Simpsons, enquanto tomam cerveja e dão risada de como foi o dia...
- Hum... interessante!
- Um está sentado com o paletó aberto e um pacote de batatinhas no colo. O outro sem a mínima noção de moda ou estilo está de calça jeans, camisa e moleton e fica constantemente se movimentando pra pegar um pouco de batata pra degustar com a cerveja.
- O apartamento que vocês estão é grande?
- Não... Não... Tem dois quartos, que não cabe armário direito, então as coisas ficam em caixotes, tem um banheiro quentinho e uma cozinha singela. Ahhh... Tem também uma área de lavar roupa com um tanque que só é usado pela faxineira que vai lá duas vezes por semana.
- Mas que merda, hein? E você gosta dessa sua previsão?
- Caralho, hein dona Consciência... Eu já não falei que eles estão sentados no sofá tomando cerveja e dando risada?
- E como você se vê daqui dez anos?
- Sei lá, até lá eu vou ter dinheiro o suficiente pra não precisar prestar contas pra você...

domingo, 22 de julho de 2007

Vácuo telefônico

O som não se propaga no vácuo e em sua cabeça a mesma coisa acontece com o tempo.
A ausência de idéias, pensamentos e afazeres fazem com que o tempo se arraste, brigando com alguma força imaginária para conseguir mover os ponteiros por alguns míseros segundos. O pensamento na outra pessoa faz de sua rotina um turbilhão incontrolável que você já não sabe mais como agir.
As amigas dela dizem A, seus amigos retrucam B, ela insiste no C e um abecedário inteiro se forma, enchendo de maneira vazia o espaço ocioso de sua mente.
De qualquer maneira, não há remédio melhor do que o som da voz tão aguardada do outro lado da linha.
Em um texto de Letícia Junqueira, chamado “A tortura telefônica”, a autora narra de maneira espetacular as mazelas enfrentadas por uma garota que espera a ligação de sua atual paixão. Sendo homem ou mulher, é impossível não se identificar com a inquietação sofrida com o silêncio do aparelho telefônico.
Cada minuto de silêncio parece um grito ensurdecedor que rasga o conforto de um domingo a tarde, fazendo com que você se questione onde está a parte boa de ficar apaixonado.
Tudo é tão mais fácil quando estamos em uma posição de indiferença, quando outros aguardam nossa ligação, quando você evita o aparelho telefônico e a recíproca não é verdadeira.
O som não se propaga no vácuo, e muito menos nas linhas telefônicas daqueles que esperam uma simples ligação...

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Xi, gamou!

O fim de uma leitura sempre causa inquietação. Inquietação e “casinhos” são o principal combustível daquele que vos escreve, como já sabem os leitores assíduos deste blog.
A velocidade que as coisas acontecem flui tão rapidamente quanto o fluxo de idéias para os dedos no teclado. Vocês a conhece, bacana! Vocês se conhecem, fabuloso! Vocês se separam, normal...
Normal? Por quanto tempo?
Quando você se preocupa se vai demorar para vê de novo a situação já tomou proporções avassaladoras. Ih, ferrou... Xi, gamou!
Uma citação de um livro te chama a atenção:
“Alegria, tristeza, raiva, medo e amor são nossas cores emocionais básicas. Se misturarmos, teremos outras emoções mais complexas. Se misturarmos amor e tristeza, teremos saudade; amor e raiva, mágoa; amor e medo, ciúme. O ciúme é uma emoção tão complexa, que nela se misturam às vezes amor, medo, tristeza e raiva”
Ok, mas espera um pouco, amor é uma palavra pesada! Se nem Camões conseguiu defini-lo, quem sou eu para cita-lo?
Ao trocar amor por paixão você cria uma retrospectiva dos últimos dias desde que a conheceu. Você sentiu saudade? Sim! Mas nunca pensou que era a união da tristeza com paixão... Imaginou apenas que era a ausência da alegria causada pela presença da paixão. Não a paixão substantivo abstrato, o adjetivo pelo que você chama a pessoa em questão.
Mágoa? Talvez! Nada melhor que um site relacionamentos para você ver que o outro tem aproveitado sua ausência tanto quanto você a dela.
Ciúme? Essa palavrinha do inferno é tão complicado de se falar quanto o próprio amor, o bom é que o autor já define sua complexidade, o que possibilita que você pule para outro tópico.
O mais engraçado de tudo é como o tempo e espaço tornam-se relativos quando se está em tal palheta emocional.
Por mais distante que vocês estejam, é o rosto dela que você vai ver de relance quando virar rápido no meio da multidão. Por mais que o dia continue tendo 24 horas, os períodos em que suas mensagens deixam a caixa de saída e as dela não adentram à caixa de entrada são os minutos mais lentos do dia.
Já mostravam aqueles filmes de sessão da tarde, Einstein com certeza estava apaixonado quando criou a teoria da relatividade. Se sua paixão era a ciência ou A paixão é relativo, mas relativamente falando, o que não é?
Você tenta colocar na sua cabeça que seu lado racional é mais forte que o emocional, mas então por que você está escrevendo esse texto? Xi... gamou!

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Um tapinha na inércia

Tava muito bom pra ser verdade uma média de cinco posts por mês. Mas, no entanto, contudo, todavia, porém, como os freqüentadores deste blog já bem sabem, tudo aqui tem data de validade.
É culpa do trabalho... Não, não é! Ah, então só pode ser a falta de assuntos, não? Hum... Não! É só conhecer alguém, sair de casa ou assistir a uma cena incomum que o assunto brota.
Se o coração ta calmo, é possível escrever dos períodos de tranqüilidade que passamos depois dos turbulentos furacões emocionais que somos jogados.
Se o coração ta a mil, as idéias vêm a milhões... Você já bem sabe que “casinhos relâmpagos” são o melhor combustível para aqueles que vos escreve.
Acho eu que entrei num período de acomodação depois que comecei a escrever artigos. Sou movido a criticas. Criticas me deixam inquieto, e a inquietude me faz querer jogar tudo pra fora! Nada melhor que o papel e caneta...
Confesso que foi uma massagem no ego ver os artigos sobre Second Life em portais de renome, e ainda mais os comentários que estes repercutiram.
O grande Wilson Ferrari, pessoa essa que é a maior incentivadora desse blog manter-se vivo, disse-me no período em questão “Você fez o mais dificil, que não é fazer as pessoas lerem, vocês as fez parar, refletir, comentar”.
Ao ler os comentários de terceiros deixei de escrever os meus.
Ver a página desse blog do mesmo jeito durante quase duas semanas foi uma porrada no ego, que levou a um tapinha na inércia, e me trouxe a dedilhar o teclado.
Um texto sem conteúdo, mas é que tava muito bom pra ser verdade uma média de cinco posts por mês...

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Inverno?

Não está mais frio! Não estou mais em férias! Não tenho mais férias... Não tenho mais 18 anos...
O tempo passou, as estações mudaram, mas tudo isso já era esperado. Outras coisas esperadas, mas improváveis também acontecem. Pessoas amadurecem. Eu amadureci...
Com o tempo algumas coisas se renovam, outras mudam e poucas são até mesmo esquecidas. Comigo foi assim, porque com você não seria?
Dr Brown criou um carro que quando atinge certa velocidade te permite voltar no tempo! Eu tentei, mas a única coisa que atingi foram outros carros...
O futuro é tão certo e concreto quanto as besteiras que se faz no presente!
Eu voltaria atrás agora? Não! Tudo que passou ficou. Não só ficou como trouxe novas oportunidades, novas mentalidades, novas estações...
O presente já é passado, que vem engolindo o futuro com um apetite que vontade alguma consegue acompanhar
Não tenho mais 18 anos! Não estou em férias... Não está mais frio!

domingo, 17 de junho de 2007

Lobos...

Não tem Pedrinho, Chapéuzinho muito menos porquinhos, mas é um texto de lobos! Lobos? Lobos!
Os lobos são aqueles que sempre se saem mal nas histórias de contos de fadas. São também os animais cruéis dos filmes de terror. Podem ser também o alter-ego de seres mitológicos influenciados pela lua cheia.
Os lobos em questão são estudados em virtude de seu comportamento de caça. Alguém já ouviu uma história bem sucedida de alguma dupla de lobos? Essas até o Discovery desconhece. Só existem histórias de lobos solitários, ou lobos em matilha. Seria assim na vida real?
É impressionante como duplas de lobos passam fome. A caça não é o suficiente? Sim, é mais do que farta! Mas o que atrapalha o lobo? O lobo!
Em matilha os lobos se atrapalham, mas como são mais de dois, sempre tem o lobo que come pelas beradas e consegue saciar sua fome. Consegue até comer...
O lobo solitário é outro... Precisa coragem para ser lobo solitário, mas não há outro canino para atrapalhar...
O lobo atrapalha o lobo? Bom isso é o que Hobbes já dizia, "Homo homini lupus", o homem é o lobo do homem.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Memórias de museu

Com a cabeça pesada de tanta nostalgia você tenta dormir. É obvio que não consegue. Foram só três meses de relacionamento, mas parece que as lembranças se acumularam nesses quase 3 anos que vocês não se viam.
Feriado não emendado não tem praia, não tem Campos, mas tem cinema. Depois de passar o dia fazendo trabalho você escolhe uma companhia e vai.
Shopping lotado, cinema idem. É aí que vocês escolhem comprar os ingressos pela maquininha com cartão de crédito. Porém, até ela tem fila. É impressionante como os momentos de fila e elevador têm o dom de deixar as pessoas constrangidas.
É então que no meio de tantas pessoas você vê um rosto familiar. Porém, seu cérebro está em ritmo de feriado, e até você saber quem é os segundos vão passando lentamente.
É ela! Nossa, faziam quase três anos que vocês não se viam. Como o tempo passa, como as coisas mudam, mas não ela. Parece que foi ontem que vocês se viram pela última vez e deram aquele beijo, já não mais apaixonado, de despedida, que você sabia que seria o último.
Os olhares se encontram, se evitam e numa tentativa falha de fingir que não viu, mostra indiferença. O seu corpo prova o contrário. A temperatura sobe, as pernas estremecem e o coração vêm parar na boca.
Sem saber como agir, você passa por ela fingindo que não viu. Tira do bolso o pouco de coragem que tem e vai dar “oi”. É um clima tenso e forçado, tão forçado quanto o fim de namoro que vocês tiveram.
Ela estava estudando, você também. Agora ela trabalha, você também. Você mostra que está bem sem ela... Infelizmente ela também.
Vocês se trombam algumas vezes até que você entra no cinema. O filme da tela é muito bom, mas não tão bom quanto o que passa em sua mente. Um filme de recordações, em que algumas partes têm aquela mesma sala de cinema que você está, mas em um contexto muito diferente.
Nos climaxes têm as mensagens apaixonadas, os beijos, cartas e as brigas.
Os filmes passam e as luzes ascendem.
Em casa, sozinho, tentando dormir, você tenta enfiar em sua cabeça que não dá para viver de passado, mas essa idéia resiste em entrar, pois naquele momento sua cabeça já está lotada. Está cheia de nostalgia.

domingo, 3 de junho de 2007

Ogro brazuca em crise existencial

Ele é engraçado, é grande, verde, e está de volta aos cinemas com o filme Shrek 3, que estréia no Brasil no dia 15 de junho, mas se você espera encontrar uma resenha do filme pode parar agora e ir procurar no Guia da Semana, Vejinha ou no Omelete. O que acontece é que o personagem estará ajudando o McDonald's americano a vender a refeição Happy Meals, sendo que o ogro não ficaria associado a batatas fritas e hambúrgueres, segundo a empresa de fast food americana.
Isso se deve em parte porque Shrek foi anunciado em janeiro garoto propaganda da Small Step, em uma campanha de prevenção à obesidade infantil cujo objetivo é estimular crianças e famílias a viverem de forma saudável. Sendo que o governo americano lançou essa campanha no começo fevereiro, como um esforço publicitário para estimular as crianças a comer melhor e fazer mais exercícios. Em tal empreitada, Shrek aparece na televisão convidando as embushadas crianças americanas a saírem da frente da TV ou do computador por pelos menos 1 hora por dia para brincar lá fora e fazer exercício.
Podemos ver que o próprio Shrek, apesar de aparecer sempre se esbaldando nos filmes, está levando a sério a idéia de brincar e fazer uma hora por dia de exercício, pois o resultado disso são os três pequerruchos que aparecerão na telona em junho. Comendo ou não, Fiona pode confirmar que Shrek anda representando em suas atividades físicas.
Porém, como Shrek já nos mostrou que nem tudo é um conto de fadas, o grupo ativista Campaign for a Commercial-Free Childhood quer que o Departamento de Saúde dos EUA pare de usar o verdinho como garoto propaganda. Isso porque aponta conflito de interesses, uma vez que o filme Shrek 3 tem vínculos promocionais com marcas de alimentos não saudáveis, como refrigerantes, chocolates, cereais açucarados e também com o McDonald's.
Como defesa, o McDonald’s diz que Shrek vai promover saladas, leite, maçã em fatias e outros itens que entraram para o cardápio da rede nos últimos anos em resposta às criticas de que seus produtos contribuem para a obesidade infantil.
Contudo, parece que nosso ogro verde e amarelo não ficou sabendo da postura adotada pelos gringos, pois a cena que você encontra ao chegar ao McDonald’s é de brilhar os olhos do diretor Morgan Spurlock.
Logo de cara você encontra um banner de Shrek com um sanduíche, mas não um lanchinho comum, e sim o SuperCheddar Pepperoni. Um suculento lanche com dois tipos de queijo, carne, tomate e peperoni. O melhor é que o ogro não veio sozinho, pois sua adorável mulher, seus bixinhos de estimação e o biscoito também entraram na onda para divulgar o novo molho para batata, além de outros tipos de lanche e sorvetes. Saudável não?
O ponto não é o alinhamento global da campanha, mas sim a postura adotada pelo gordinho, pois mesmo indo contra a posição tomada pelos norte-americanos, o McDonald’s brazuca mostra um ogro com uma identidade muito mais coerente com a apresentada nos filmes.
Coerências e gorduras trans a parte, recomendo aproveitar o lado ogro do personagem, antes que campanhas lights como a americana venham em peso para nosso país, pois não é todo dia que o McDonald’s acerta em cheio o estômago dos Mcficionados, ainda mais depois da bola fora do Spider Wooper da concorrência. E para aqueles preocupados com a saúde e bem estar, nada como uma hora de exercício diário igual ao do Shrek, basta achar sua Fiona por aí.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Um mundo que não é redondo, é virtual

De acordo com Francisco Gracioso[1], foi-se o tempo que os meios de comunicação eram pouco explorados, sendo que os meios tradicionais estão sendo incorporados em grandes arenas da comunicação. Fica cada vez mais evidente que os anunciantes e agências devem expandir seus pensamentos e apropriar-se do máximo de arenas possíveis.
No Brasil, aproximadamente 14 milhões de pessoas já acessam a internet em suas residências e ficam on-line por volta de 20 horas/mês, deixando o Brasil como primeiro colocado mundial em tempo de permanência na internet doméstica
[2]. Com estes dados, é possível inferir que há um processo de migração para o mundo virtual, onde são realizadas inúmeras atividades como: busca por informações, negócios e relacionamentos pessoais, chegando ao ponto de ser ter uma “segunda vida”.
O Second Life é um simulador da vida real, criando um mundo virtual totalmente 3D. Nele, além de interagir com jogadores de todo o mundo em tempo real, é possível também criar seus próprios objetos, negócios e até mesmo personalizar completamente seu avatar, tudo em modelagem 3D. A possibilidade de criar objetos e negócios neste mundo virtual tem despertado o interesse de inúmeras empresas, fato este que é explorado por algumas agências que utilizam-se de tal meio para criar eventos, peças publicitárias e outros tipos de comunicação no simulador. A questão principal é se os investimentos são justificáveis, ou não passam de uma atitude precipitada de utilizar-se de um meio ainda instável e pouco explorado.
É possível notar que o Second Life, revoluciona o meio digital e de maneira indireta impacta outras arenas da comunicação, como por exemplo o universo da moda, o mundo do esporte e do patrocínio, os grandes eventos, feiras e exposições e acima de tudo o mundo do entretenimento. O simulador surge como um novo formato nessa nova era onde todas opções de meios devem se avaliadas com o intuito de melhor direcionar sua mensagem para um target específico.
Todavia, deve-se manter a atenção para não se perder o foco no que é o mais importante, que é a idéia da campanha, pois acontece que o número de brasileiros ainda é pequeno no simulador, e como a estrutura tecnológica do brasileiro é aquém da ideal pra acessar o Second Life, pouca gente consegue utilizar o meio com facilidade, tornando a base de espectadores atingida muito restrita, não atendendo a expectativa da maioria dos clientes. E uma vez que toda ação bem feita mobiliza uma equipe considerável, tempo e verba, muitas vezes pode acabar não compensando o esforço para o resultado.
Contudo, não se deve esquecer o fato de que o brasileiro é um entusiasta de rede social, o que tornará o Second Life em uma espécie de novo Orkut, segundo Abel Reis, vice-presidente de tecnologia e projetos AgênciaClick. Ainda mais que um quinto dos internautas serão usuários de algum mundo virtual até o final de 2011, segundo estimativas de uma pesquisa realizada pela Gartner, uma das duas maiores consultorias de análises de mercado dos EUA.
Com isso, o pioneirismo das ações do Second Life garantem uma maior credibilidade em um futuro próximo, por ter sido vanguardista. Porém, para o sucesso de tal concepção é muito importante que, além da mídia online, sejam utilizadas outras ferramentas de divulgação, como a mídia off-line e um trabalho intenso da assessoria de imprensa e RP.
Steve Prentice, vice-presidente da Gartner, acredita que as empresas da economia real não devem ignorar o crescimento desses mundos e garante que existirá um impacto nos negócios ao longo dos próximos cinco anos. O que nos leva a concluir que, assim como outros meios, o Second Life possui estágios e deve ser explorado de maneira adequada, de acordo com a etapa que está. O simulador encontra-se, atualmente, em um estágio de crescimento, onde devem ser exploradas as ações pioneiras e inovadoras, pois chamarão não apenas a atenção dos usuários, mas do mercado como um todo, repercutindo de maneira espontânea em outras mídias, criando o tão explorado buzz marketing.
O próximo estágio, que deve ocorrer entre 2009 e 2011, será um estágio de maturidade, onde o Second Life terá um aumento tímido do número de usuários se comparado aos números atuais, porém estes serão freqüentadores assíduos do simulador, não utilizarão apenas por curiosidade, mas sim como uma opção consolidada de entretenimento. Neste estágio os anunciantes o marcarão presença no simulador com ações de longo prazo e com intuito de melhorar o relacionamento do consumidor com a marca, como uma fonte alternativa de experiência, visando reforçar seu posicionamento no mundo virtual, diferente das ações atuais que são de curto prazo e têm como intuito criar um impacto instantâneo nos usuários.
Deve-se reforçar que o Second Life, assim como hot sites, concursos culturais, mobile marketing e outros recursos do meio digital, é apenas mais uma das muitas ferramentas de comunicação ao dispor dos profissionais de mídia, e a utilização deste deve ser extremamente planejada antes de sua implementação. Não há uma receita a ser seguida e os resultados das ações são incertos, porém, o Second Life está cada vez mais ganhando seu lugar no mundo publicitário, e os profissionais que ignorarem sua presença estão sujeitos a abrir mão de um meio de comunicação que tende a ser de grande valia para o mercado.
[1] GRACIOSO, Francisco. As Novas Arenas da Comunicação. Revista da ESPM, Volume 13, Ano 12, Edição no 5, Setembro, 2006
[2] IBOPE//NetRatings divulga dados sobre o uso crescente da Internet. Site Oficial do Ibope, 28 de Março de 2007

sábado, 19 de maio de 2007

Quem é Leonardo Reis Longo:

Se tivesse que me descrever, em primeiro lugar deixaria de fundo alguma música do CD “As 7 melhores” de 94, e apresentaria em um layout de Orkut, meu segundo vício, depois do sexo oposto...
Existe o curso Comunicação Social, para alguns existe a Escola Superior de Propaganda e Marketing, para poucos existe o Centro Acadêmico 4 de Dezembro, para raros existe o espírito Ogro.
Existe a Comunicação, para alguns existe a comunicação publicitária, para poucos existe a mídia, para raros o planejamento de tal.
Não encaro o wakeboard como um esporte, vejo como uma fonte de diversão e hematomas, acompanhado de uma tarde ou manhã com meus amigos.
Passo pouco tempo com meus pais e irmão, e com os dois membros do sexo masculino se eu conversar mais de vinte minutos separem porque estamos discutindo. Mesmo assim sei o valor imensurável que eles têm pra mim e como não sou nada sem eles.
Sei que amigos vão e vem, mas nunca abrirei mão de uns poucos e bons. É por isso que sou membro fundador da gangue do biscoito, que mesmo hoje totalmente reformulada, são para quem dedico meu tempo.
Se você procurar em qualquer lugar a descrição de Maresias vai encontrar que é uma praia ótima para surfar e sair de balada. Se me perguntar direi que é o paraíso na terra, bom para surfar e sair, mas melhor ainda para passar os melhores momentos de sua vida junto de seus amigos.
Já ouvi mais de 29 vezes Darth Vader dizer que é pai de Luke Skywalker, mas não me canso de nos momentos de ócio deitar em minha cama, ligar o DVD e passar um tempo na Galáxia muito distante...
Há pessoas que apreciam a boa culinária. Eu aprecio um bom prato, e se você me perguntasse uma receita especial eu diria prontamente “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim”.
Já diziam que revistas de beleza só fazem você se sentir feio, é por isso que não abro mão de minhas histórias em quadrinhos, desfrutando de horas de diversão em companhia do amigão da vizinhança.
Tenho uma caixinha vermelha onde guardo todas as cartas, bilhetinhos e recados que já recebi. Se já falei que estava apaixonado por uma garota que conheci em menos de uma semana acredite! Sou extremamente volúvel, inconstante, intenso e incompreendido.
Leonardo Reis Longo...
Reis existem muitos, Longo um só!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Pedido

- Você pode escrever um texto sobre loucura?
- Posso claro...
Só então você pára para medir o impacto de suas duas palavras! Pode? Como?... Claro? Só se for na sua cabeça...
Você já foi em algum manicômio? Prestou atenção nas aulas de psicologia sem pescar ou perder o foco? Não! Então com que diabos você estava na cabeça pra falar que podia escrever sobre loucura?
É então que ao pensar em diabos você lembra que inventaram a cerveja sem álcool e o estágio não remunerado, que louco faria isso? Só marketeiro mesmo para criar demanda por um produto ou serviço desses.
Bom, já é um começo... Se marketeiros são loucos, pelo menos você está em uma faculdade que gradua as pessoas em loucura. Deve ser por isso que todos insistem em sair pulando e gritando “Louco, louco, louco, louco, louco, ESPM!”.
Pior de tudo, não satisfeitos em gritar despirocadamente, insistem em sair jogando cerveja para todos os lados! Quem joga cerveja fora? Só podiam ser os mesmos alucinados que criaram a versão sem álcool...

terça-feira, 8 de maio de 2007

O texto ruim de um, a inspiração do outro

Alguns apreciam ver uma jogada como a de Messi, ou o Diego fazer um gol de trás do meio de campo. Muitos se sentem impulsionados a jogar futebol, correm pra rua, tentam repetir a dose nos colegas. Eu até hoje não entendo a lógica de 22 pessoas correrem atrás de uma bola. Pior que isso, não consigo assistir inteiro um jogo do Brasil na Copa do Mundo. Alguma parcela disso deve ser o fato de que meu pai evita me emprestar dinheiro quando o Corinthians perde. Não, não é pelo medo de algum corinthiano frustrado me assaltar. Pelo contrário, meu pai é um dos muitos corinthianos frustrados. Tal derrota tem um impacto sobrenatural em sua vida, assim como as vitórias alve-negras fazem esse senhor cinqüentenário insistir em jogar futebol.
Mozart é excepcional! O individuo. A música. Com toda descordenação motora que me é cabida, não consigo acompanhar a complexidade de suas notas, mas entendo o quão belo é seu impacto em uma pessoa que mergulha nesse universo e utiliza-se disso como fonte de inspiração.
Lendo um livro de Machado de Assis, C.S. Lewis, Graciliano Ramos ou J.R.R. Tolkien imagino como funciona a ignescência da inspiração. As falas dos personagens de Frank Miller, um poema de Luis Fernando Veríssimo ou até mesmo um artigo de Wilson Ferrari Jr. São um tiro na inércia de quem gosta de escrever.
É impossível ler algo prazeroso e não se sentir impelido a pegar um papel e caneta. Para aqueles que estão achando que a recíproca é verdadeira, felizmente estão enganados. Não achem que ao ler um texto ruim vocês pensarão duas vezes antes de redigir algo. Pelo contrário, podem até escrever algo metendo a boca no que não gostaram.
O que é um Paulo Coelho para alguns pode ser O Paulo Coelho para outros. A indignação com algum texto meu pode ser a inspiração para algum texto melhor. O fato é que até mesmo uma ilariante jogada como a “cabeçada” de Zidane, não impedirá aquele garoto que joga com bola de meia marque seu gol.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Travou...

Ih, travou! Uma caneta na mão, um caderno no colo e uma quantidade de linhas que ultrapassa as escassas idéias que você não consegue expressar. As aulas de redação só servem para lembrá-lo que você foi treinado para fazer aquilo que não sai de maneira nenhuma. Idéias você até tem, mas está tão gostoso ficar guardada na sua cabeça, por que ela iria querer sair?
Inutilmente você remexe seu acervo de memórias. De preferência a área de relacionamentos mal sucedidos, por mais que você fale deles sempre tem aquele detalhe que você insiste em desenvolver. Na trave, não veio. Você lembra dos filmes, livros, artigos, sites, tudo que viu recentemente. Uma luz acende sobre sua cabeça! Não é aquela lampadinha de idéia que a gente vê nas histórias em quadrinhos, é apenas a luz do seu quarto que teve de ser ligada, lembrando que já é de noite e a porcaria ainda está entalada. Sai desse corpo que não te pertence!
Você vai para o computador, vai que lá a coisa flui. Piorou! O mero ícone do iTunes faz você pensar que uma musiquinha seria uma boa fonte de inspiração. Você pensa melhor, se nem assim você consegue se concentrar como seria com música? Quando menos perceber você vai estar falando do programa de amanhã com seu amigo no messenger e o word estará minimizado como se fosse paisagem da área de trabalho do seu computador.
Você não precisa esperar 9 meses como uma mulher, mas uma hora a coisa sai. Eureka! As pessoas conversam com você, mas no mundo altista que você está, o que acontece é a melhor representação do desenho do Snoop, onde as pessoas falam e você não ouve nada mais que Bla Bla Bla. A caneta não para, você fica com o dedo vermelho de segura-la com tanta intensidade. Falta só passar para o computador.
Ufa, saiu! Melhor de tudo, nem doeu! Você não precisava escrever aquilo, ninguém pediu. Mas você queria, é sempre bom transferir as coisas da cabeça para o papel, te faz sentir mais leve. Você aperta o botão de salvar e dá aquele longo suspiro. Se você fumasse, aquele seria o momento perfeito para acender um cigarro enquanto toma ar na varanda.
Sem esse fardo nas costas você conversa com seu esquecido amigo sobre o programa de amanhã. Ele da pra você o cargo de escolher o que vocês vão fazer. Ih, travou!

domingo, 29 de abril de 2007

O Príncipe, O Publicitário

É revoltante abrir o jornal e dar de cara com a notícia “Duda Mendonça prepara volta ao mercado” (1)! É tortuoso o caminho a ser traçado para competir em um mercado com idas e vindas de sujeitos como esse, que saem por cima e são encarados como vítimas em situações onde deveriam ter vergonha de ver sua imagem citada publicamente.
Todavia, de acordo com Maquiavel, sujeitos ambiciosos que tanto almejam o poder estão mais do que certos em utilizar-se de qualquer tipo de estratégia necessária para alcançá-lo, mas deve estar atento ao fracasso, como podemos ver no seguinte trecho “O desejo de conquista é coisa realmente natural e comum, e os homens que podem satisfazê-lo serão louvados sempre e nunca recriminados. Mas não o podendo, e querendo fazê-lo de qualquer modo, aí estão em erro, e merecem censura.”(2).
Duda tentou e fracassou e por isso sofreu as retaliações que lhe couberam, mas seria sua volta uma tentativa de retomar a sua, até então anêmica, força? Muitos em seu lugar optariam pelo silêncio e cairiam no anonimato, porém, parece que subestimamos nosso colega publicitário e esse ainda tem cartas na manga. Contudo, se ele for bem sucedido em seu retorno esqueceremos as falcatruas que já ocorreram?
Jules Mazarin diria que a resposta é sim, vide a seguinte citação “Também não tomes iniciativas, se não tiveres a certeza de ter bom êxito. Tão brilhante quando te estreias como em qualquer outra coisa: uma vez conquistada a fama, mesmo os teus erros serão títulos de glória.” (3).
Teus erros serão títulos de glória? Por mais que tenhamos aulas de ética e legislação, nossos valores não serão moldados em salas de aula e dependem muito dos modelos que resolvemos seguir. O que dá a entender é que não só a biblioteca, mas sim todo acervo de livros de cabeceira, de pessoas como Duda Mendonça e Paulo Maluf, está repleto de pensadores absolutistas, ditadores e outros que fazem o possível e imaginário para manter-se no poder.
Apesar de discordar de idéias como as pregadas pelos autores acima, acho que o estudo sobre estes é fundamental para não sermos pegos despreparados por sujeitos que seguirão tais ideais a risca. Já para os adeptos desejo um boa sorte, pois se tais livros transpuseram os séculos e continuam atuais, pelo menos um conteúdo sólido eles possuem, mas os próprios autores ensinam que nem tudo que está escrito é verdade absoluta, pois como já diria o Cardeal Mazarin:
“Escreve os episódios gloriosos da história da tua linhagem, sem te importares com os invejosos, que não deixarão de troçar do teu orgulho. O que conta é que os escritos, verídicos ou complacentes, tenham para os futuros a aparência da verdade - pois as palavras morrem com quem as pronuncia, ou mesmo antes.”
Fontes:
(1) Meio&Mensagem – 16/04/2007
(2) O Príncipe - Niccoló Machiavelli comentado por Napoleão Bonaparte
(3) Breviário dos Políticos - Giulio Mazzarino

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Procura-se Amy

Para quem espera uma resenha do filme ou algo além de reflexões melhor nem ler, para depois não precisar criticar, dizendo que matérias como essas não deveriam ser publicadas em nosso humilde fanzine. Mas se o nome da sessão é O Povo Manda, por que não deixar àqueles interessados algo para se pensar?
No filme de Kevin Smith há uma brilhante cena onde o diretor conversa com Ben Affleck sobre relacionamentos, e tal conversa além de ser o auge do filme é o foco do que será discutido. O personagem de Affleck descobre que no passado sua atual namorada tivera inúmeros casos, com múltiplos parceiros e até relações homossexuais, e por isso resolve abandoná-la, não a achando digna do seu desejo de ter uma relação que ele define como “dentro dos padrões”. É então que o ator e diretor Kevin Smith faz um discurso onde retrata uma experiência similar que teve, uma vez que, em meio a um namoro bem sucedido questionou sua namorada sobre seus relacionamentos do passado, e ouviu muitas coisas que não queria saber, sobre quantidade de parceiros e grau de intimidade das relações. Como já era de se esperar o personagem não soube lidar com a situação e procura a solução mais fácil, rompendo o relacionamento.
Smith diz que julgou Amy, sua ex-namorada, pelo seu passado, mas só no futuro foi perceber o quão importante ela era pra ele, mas quando isso ocorreu, a situação já havia sido superada e a garota estava em outro relacionamento, é então que revela até hoje estar à procura de outra Amy.
O filme é uma comédia superficial (não que isso que você está lendo seja muito profundo), mas é tal conversa que nos deixa inquietos e faz questionar algumas decisões que tomamos. Afinal de contas, atire a primeira pedra quem nunca julgou um parceiro por atos do passado! Quem nunca brigou por que a namorada citou o ex em uma conversa? Quem nunca ficou com o pé atrás com aquela garota que você adora, só porque ela já beijou um amigo seu? Muitas vezes deixamos até de acreditar no “Eu te adoro” da companheira por ela ter um passado comprometedor! É justo não se levar um relacionamento a diante por um passado indesejado?
Julgamos que o que as pessoas procuraram no passado é o que procuram até hoje, desprezando os sentimentos e desejos alheios. Insegurança ou egoísmo? Os contextos mudam, os relacionamentos são diferentes e o que desejamos deles são únicos. Estar com uma pessoa que já experimentou de tudo pode ser algo maravilhoso, pode significar que ela escolheu você, após tantas tentativas e experiências. Mas por que então nunca pensamos assim? Temos medo do que nossos amigos comentarão? Isso é fato, sempre houve a necessidade de estar bem num grupo, e esse grupo nunca aceitará que você trace seu próprio rumo em um relacionamento sem tentar meter o dedo no meio, às vezes numa tentativa de te preservar, às vezes apenas por pura picuinha, ou até mesmo por ciúmes.
O que é fundamental em tudo isso é pensar que poderia ser você. Temos muitas coisas do nosso passado que só nós sabemos por que fizemos, e a resposta cabe a ninguém mais do que nós mesmos, mas por isso queremos que outros nos julguem sem saber nossas reais intenções? Lembre-se que no futuro, o presente se tornará passado, então faça um passado para se orgulhar e acima de tudo, deixe que alguém faça parte desse passado, procure sua Amy, pois como já se dizia no filme “No amor temos que colocar as pessoas acima de seus atos”.
Um texto confuso, de idéias jogadas, escrito em uma madrugada de quarta-feira ao som de The Corrs.

domingo, 22 de abril de 2007

Uma semana de validade

Uma noite mal dormida! É assim que começa a segunda-feira de pós-semana conturbado, uma semana daquelas onde você acha que tem o mundo sobre suas costas. Mas não é um mundo comum, chega a ser um universo de complexidade, pois é insuportavelmente grande para você e incompreensivelmente pequeno para os outros.
Você se arrepende de ter saído no domingo para beber. Se arrepende não de beber, mas sim de ter de ir em uma entrevista às 9hs da manhã. Toma banho, faz a barba e põem aquela roupa que você achou que só usaria em festas de 15 anos ou no casamento da sua prima, afinal, nem você se contrataria se tivesse com aquela peculiar cara de ressaca.
Na entrevista você conhece as pessoas para quem vai trabalhar e é então que passa na sua cabeça a cena de abertura dos Simpsons, onde o céu abre, o sol entra e soa uma voz divina de fundo. Não é um interrogatório e sim uma conversa informal, onde você sente que algo bom está por vir.
Parabéns, você está contratado! Sabe aquele peso nas costas? Parte dele tinha um nome... Prazer, desemprego! Ele agora acaba indo embora, dando lugar a pequenos problemas que você enfrentará junto de uma equipe. Melhor de tudo, você tem duas semanas até começar o estágio.
Com celular na mão, você espalha aos quatro ventos que está empregado e vai comemorar com os amigos. No dia seguinte, obviamente, você está novamente com a cara de ressaca, mas quer saber? Foda-se! Só é preciso ir até o RH da agência para assinar alguns papéis.
Ir para a aula toma outro sentido, era monotonia, volta a ser correria, desafio. Sempre é bom ter desafios, eles te fazem crescer. Porém, quarta-feira não tem aula, o que fazer? Ah... Ao lembrar daquela garota que chamou sua atenção você decide que pode se dar ao luxo de chamá-la para jantar, afinal, você agora tem salário, e maior que isso, cansado de beijar e sumir, está na hora de dar uma chance a novas experiências.
Sem acordar de ressaca, aguarda o dia inteiro pela noite, se arruma e vai busca-la na casa dela. Como já era de se esperar ela está mais bonita do que você imaginava, o que ela estava vestindo é irrelevante, o que importa é que deu aquele frio na barriga e calor no corpo. Uma sensação estranha que te deixa e em uma situação de choque térmico a noite toda. Você fica embasbacado e não age naturalmente.
Sem saber como e nem porque, você percebe, quando saem, que não podia ter sido melhor. Ao leva-la para casa toca de fundo aquele CD com as músicas que nem um diretor de cinema escolheria melhor como trilha sonora.
Como nem tudo é perfeito, na hora de se despedir acontece o tão esperado beijo. Isso é perfeito, o CD engasgar bem na hora não, mas quem se importa? Não poderia ter sido melhor.
Quinta-feira é um daqueles dias que você olha no relógio a cada 60 minutos de uma hora. O dia passa em dezenas de mensagens com a dita cuja e milhares de pensamentos, já que estamos falando em números, 99% dos pensamentos são voltados a ninguém menos que, a já dita, dita cuja.
Sexta você usa seus últimos dias de férias para fazer um free-lance, que de free não tem nada, pois você foi obrigado pelos seus pais a ficar lá trabalhando, entregando folheto, como aquelas tão odiadas garotas de farol, mas não para carros, sim para executivos, a diferença entre os dois são quatro rodas. Executivos arrogantes, com funcionários, são tão expressivos quanto uma Kombi.
Todavia, mas não toda vida, estava indo tudo muito bem e lá não foi diferente. Como todo bom evento, aquele também deu galho, e quem resolveu foi o garoto dos folhetos, aquele que a alta diretoria não sabia o que estava fazendo ali. O free já não é mais tão “free”. Você recebe uma recompensa financeira, além da gostosa massagem no ego.
Para um começo de fim de semana, uma agradabilíssima semana, nada melhor que viajar. Você percebe que cabeçudo não é um adjetivo usado apenas para pessoas. Pode adjetivar também a noite que você passou na roda de amigos ao lado da piscina.
Felizmente a viagem que você fez se torna no sábado um evento da faculdade e quem vai estar lá é, ninguém menos que, a dita cuja. Você já sabia que ela ia, mas nos 99% dos milhões de pensamentos, havia uma incerteza do que ia acontecer. Vocês não se viam há dois dias, o suficiente para o encontro não passar de uma saída casual.
Em um show de atitude, te colocando na posição de mulher da relação, é ela a responsável pelo melhor beijo que você poderia receber. As pernas estremecem, choque térmico de novo, como bom pessimista que é você não esperava aquilo.
Sem saber como agir, você evita ficar no pé da garota, deixa-a com as amigas, refugia-se com os seus. Resolve-se beber... Fodeu! Você não sabe beber socialmente, por isso delongou o momento de começar. Por que começou? O dia que vocês passam é maravilhoso, pelo menos é o que você acha. Você não se lembra. Lembra que estava louco, inconveniente e ficou triste de ela ter de ir embora. É óbvio que, no estado que você estava, você não ia voltar.
Domingo você reencontra sua amiga ressaca. Junto dela e dois amigos você volta para casa. Um sorriso de orelha a orelha. A causa é nítida, você pode não lembrar de ontem, mas com uma semana dessas, até domingo parece sábado.
Melhor amigo, por mais que seja melhor, nunca é um só. Tinha aquele que esperou a semana toda pra te ver, que estava em São Paulo. Ao chegar você liga para a dita cuja e marca de sair com ela, percebe então que da tempo de uma escapadinha e ver seu amigo.
No passeio de lancha, não contente em se machucar tentando ser wakeboarder, você ainda perde o celular para a represa. Se você ainda tinha esperança de ligar para a garota e avisar que ia atrasar, ela literalmente foi por água abaixo.
Você volta para casa brigando contra o relógio e a dor. Juntos, ambos não são maiores que seus esforços para conseguir o telefone da garota. Por um amigo você consegue o telefone de um amigo, da amiga, da amiga dela.
Deu certo! Vocês se encontram no shopping, mas o programa combinado já não é o mesmo. Foi uma troca boa até. Ao invés de comprar roupas, você comprou um celular novo e um ingresso para o cinema, no melhor lugar da sala. Qual? O do lado dela.
Não tinha filme melhor. Uma comédia romântica, não é escrachada, nem melo-dramática. Tem o tom certo para se curtir um domingo à noite. Mancando você vai até o carro dela, onde vocês se despedem.
Teria sido outra noite perfeita, mas as semanas boas têm prazo de validade, como o próprio nome já diz, é uma semana. Você começa a dar mancadas, não as causadas pela dor e sim pela sua ingenuidade e afobação. Não satisfeito em passar horas com ela, você faz o que no jargão midíatico as pessoas chamam de super-exposição. Utilizando-se de todo um mix de comunicação, você liga para dizer tchau, responde um scrap dela e não satisfeito manda um SMS. Só depois você percebe o quão ridículo você era ao questionar seus amigos, quando falavam para você tomar cuidado e não ser pegajoso.
Essa segunda é diferente da última. Lembra da última? Aquela do começo, da ressaca, do peso que já não existe mais. Na aula você recebe um aviso de que a validade da semana realmente acabou. Você vai mal no exercício que achara ter ido bem. Liga para ela chegando em casa. Você esperou aquela ligação o dia inteiro, mas uma secretária eletrônica teria mostrado mais interesse no monólogo que acaba se desenvolvendo.
Frustrado, você tenta dormir, mas o peso do universo imensurável volta ao seus ombros. Você vê que terá mais desafios que esperava durante a semana. Desafios são bons, lembra? Mas mesmo tudo que é bom tem limite.
Você acorda com uma ressaca moral que nem Camões saberia descrever, você acha que está apaixonado e gosta dos sentimentos controversos que essa sensação te proporciona. Você fala com a garota. Como ainda não é expert em agir decentemente com as garotas que você fica, diz um ingênuo e mais uma vez precipitado “estou com saudade”, achando que vai agradar. Recebe então como resposta um murro no estômago... Ah, esqueci de falar que junto do soco veio um “calma, está tudo indo rápido demais”.
A ótima semana vai embora. Infelizmente não leva com ela as boas recordações da semana passada e isso só reforça o quão ruim é a nova semana a cada problema que você encontra. Percebe também algo bom, você pode sobreviver sem a dita cuja. Você já sabia, mas tem horas que doses de nostalgia são melhores que Big-Macs.
Em tocos e solavancos, você passa as próximas semanas. No primeiro dia de estágio você percebe que está prestes a entrar em uma das melhores fases da sua vida. Durante a semana você resolve e ainda se sobressai em grandes problemas que encontra. Você não é nenhum Hércules que tem de enfrentar inúmeros desafios para provar seu valor no Olimpo, mas nessa sua nova fase os desafios superados fazem com que as suas cinco horas de sono diárias tenham um valor especial.Será que fases tem datas de validade, assim como semanas? Poutz, chega de reflexões, você tem um salário para gastar e amigos te esperando no bar...

sábado, 21 de abril de 2007

GlobalizaCaos

Podemos afirmar que há males que vêm para bem de tal maneira que a recíproca torna-se verdadeira. Diz a Teoria do Caos que o bater de asas de uma borboleta na América do Sul desencadeia um tornado no Oriente Médio, é o chamado efeito borboleta, ou podemos chamar também de globalização.
Uma prova disso foi o bater de asas de uma borboleta na Alta - Áustria que causou efeitos devastadores em duas cidades japonesas. Adolf Hitler, austríaco, tornou-se ditador na Alemanha, onde foi peça chave para o início de uma guerra que teve como conseqüência os Estados Unidos acabando com duas cidades japonesas ao lançar suas bombas atômicas.
Todos defendem um mundo sem fronteiras onde haja uma inter-relação entre os países, podemos de tal maneira achar exemplo melhor que o citado anteriormente? Houve uma intrínseca relação entre quatro países que chegou a ter causas em um continente, desenvolvimento em outro e conseqüências que atravessaram o oceano, nada mais que o puro efeito borboleta.
Questionamos-nos então o fato de que se um simples bater de asas pode ocasionar um tornado, por que não igualmente evitar outro fenômeno que poderia ser formado sem sua influência? Deveríamos nós coibir tal fenômeno? De que serve uma beleza estática para um ser tão articulado? Poucos são os indivíduos que defendem para as borboletas o destino de agulhas e isopor.
Muitos estragos podem levar a bens inimagináveis e até mesmo intangíveis antes do ocorrido, apesar de todo seu fator negativo. Devemos compreender que o caos não é conseqüência do mundo conturbado em que vivemos, mas sim apenas um meio para se alcançar um bem maior, um bem onde a globalização utópica que procuramos está não somente nas asas de um inseto, mas também nas mãos de um ser humano.

Olá, prazer!

Mais uma vez, encontro-me em uma cultura massificada, me rendendo às modas e tendências.
Não sei quanto tempo este blog vai durar, por ser meramente uma ferramenta usada para armazenar alguns de meus textos, sem seguir um padrão ou posicionamento, que geralmente trazem uma identidade a esses tipos de site, causando curiosidade nas pessoas.
De qualquer maneira espero que gostem do que aqui irão encontrar e agradeço desde já o seu precioso tempo que está sendo utilizado para ler as besteiras que este humilde autor vos escreve.
Abraço a todos!