quinta-feira, 31 de maio de 2007

Um mundo que não é redondo, é virtual

De acordo com Francisco Gracioso[1], foi-se o tempo que os meios de comunicação eram pouco explorados, sendo que os meios tradicionais estão sendo incorporados em grandes arenas da comunicação. Fica cada vez mais evidente que os anunciantes e agências devem expandir seus pensamentos e apropriar-se do máximo de arenas possíveis.
No Brasil, aproximadamente 14 milhões de pessoas já acessam a internet em suas residências e ficam on-line por volta de 20 horas/mês, deixando o Brasil como primeiro colocado mundial em tempo de permanência na internet doméstica
[2]. Com estes dados, é possível inferir que há um processo de migração para o mundo virtual, onde são realizadas inúmeras atividades como: busca por informações, negócios e relacionamentos pessoais, chegando ao ponto de ser ter uma “segunda vida”.
O Second Life é um simulador da vida real, criando um mundo virtual totalmente 3D. Nele, além de interagir com jogadores de todo o mundo em tempo real, é possível também criar seus próprios objetos, negócios e até mesmo personalizar completamente seu avatar, tudo em modelagem 3D. A possibilidade de criar objetos e negócios neste mundo virtual tem despertado o interesse de inúmeras empresas, fato este que é explorado por algumas agências que utilizam-se de tal meio para criar eventos, peças publicitárias e outros tipos de comunicação no simulador. A questão principal é se os investimentos são justificáveis, ou não passam de uma atitude precipitada de utilizar-se de um meio ainda instável e pouco explorado.
É possível notar que o Second Life, revoluciona o meio digital e de maneira indireta impacta outras arenas da comunicação, como por exemplo o universo da moda, o mundo do esporte e do patrocínio, os grandes eventos, feiras e exposições e acima de tudo o mundo do entretenimento. O simulador surge como um novo formato nessa nova era onde todas opções de meios devem se avaliadas com o intuito de melhor direcionar sua mensagem para um target específico.
Todavia, deve-se manter a atenção para não se perder o foco no que é o mais importante, que é a idéia da campanha, pois acontece que o número de brasileiros ainda é pequeno no simulador, e como a estrutura tecnológica do brasileiro é aquém da ideal pra acessar o Second Life, pouca gente consegue utilizar o meio com facilidade, tornando a base de espectadores atingida muito restrita, não atendendo a expectativa da maioria dos clientes. E uma vez que toda ação bem feita mobiliza uma equipe considerável, tempo e verba, muitas vezes pode acabar não compensando o esforço para o resultado.
Contudo, não se deve esquecer o fato de que o brasileiro é um entusiasta de rede social, o que tornará o Second Life em uma espécie de novo Orkut, segundo Abel Reis, vice-presidente de tecnologia e projetos AgênciaClick. Ainda mais que um quinto dos internautas serão usuários de algum mundo virtual até o final de 2011, segundo estimativas de uma pesquisa realizada pela Gartner, uma das duas maiores consultorias de análises de mercado dos EUA.
Com isso, o pioneirismo das ações do Second Life garantem uma maior credibilidade em um futuro próximo, por ter sido vanguardista. Porém, para o sucesso de tal concepção é muito importante que, além da mídia online, sejam utilizadas outras ferramentas de divulgação, como a mídia off-line e um trabalho intenso da assessoria de imprensa e RP.
Steve Prentice, vice-presidente da Gartner, acredita que as empresas da economia real não devem ignorar o crescimento desses mundos e garante que existirá um impacto nos negócios ao longo dos próximos cinco anos. O que nos leva a concluir que, assim como outros meios, o Second Life possui estágios e deve ser explorado de maneira adequada, de acordo com a etapa que está. O simulador encontra-se, atualmente, em um estágio de crescimento, onde devem ser exploradas as ações pioneiras e inovadoras, pois chamarão não apenas a atenção dos usuários, mas do mercado como um todo, repercutindo de maneira espontânea em outras mídias, criando o tão explorado buzz marketing.
O próximo estágio, que deve ocorrer entre 2009 e 2011, será um estágio de maturidade, onde o Second Life terá um aumento tímido do número de usuários se comparado aos números atuais, porém estes serão freqüentadores assíduos do simulador, não utilizarão apenas por curiosidade, mas sim como uma opção consolidada de entretenimento. Neste estágio os anunciantes o marcarão presença no simulador com ações de longo prazo e com intuito de melhorar o relacionamento do consumidor com a marca, como uma fonte alternativa de experiência, visando reforçar seu posicionamento no mundo virtual, diferente das ações atuais que são de curto prazo e têm como intuito criar um impacto instantâneo nos usuários.
Deve-se reforçar que o Second Life, assim como hot sites, concursos culturais, mobile marketing e outros recursos do meio digital, é apenas mais uma das muitas ferramentas de comunicação ao dispor dos profissionais de mídia, e a utilização deste deve ser extremamente planejada antes de sua implementação. Não há uma receita a ser seguida e os resultados das ações são incertos, porém, o Second Life está cada vez mais ganhando seu lugar no mundo publicitário, e os profissionais que ignorarem sua presença estão sujeitos a abrir mão de um meio de comunicação que tende a ser de grande valia para o mercado.
[1] GRACIOSO, Francisco. As Novas Arenas da Comunicação. Revista da ESPM, Volume 13, Ano 12, Edição no 5, Setembro, 2006
[2] IBOPE//NetRatings divulga dados sobre o uso crescente da Internet. Site Oficial do Ibope, 28 de Março de 2007

sábado, 19 de maio de 2007

Quem é Leonardo Reis Longo:

Se tivesse que me descrever, em primeiro lugar deixaria de fundo alguma música do CD “As 7 melhores” de 94, e apresentaria em um layout de Orkut, meu segundo vício, depois do sexo oposto...
Existe o curso Comunicação Social, para alguns existe a Escola Superior de Propaganda e Marketing, para poucos existe o Centro Acadêmico 4 de Dezembro, para raros existe o espírito Ogro.
Existe a Comunicação, para alguns existe a comunicação publicitária, para poucos existe a mídia, para raros o planejamento de tal.
Não encaro o wakeboard como um esporte, vejo como uma fonte de diversão e hematomas, acompanhado de uma tarde ou manhã com meus amigos.
Passo pouco tempo com meus pais e irmão, e com os dois membros do sexo masculino se eu conversar mais de vinte minutos separem porque estamos discutindo. Mesmo assim sei o valor imensurável que eles têm pra mim e como não sou nada sem eles.
Sei que amigos vão e vem, mas nunca abrirei mão de uns poucos e bons. É por isso que sou membro fundador da gangue do biscoito, que mesmo hoje totalmente reformulada, são para quem dedico meu tempo.
Se você procurar em qualquer lugar a descrição de Maresias vai encontrar que é uma praia ótima para surfar e sair de balada. Se me perguntar direi que é o paraíso na terra, bom para surfar e sair, mas melhor ainda para passar os melhores momentos de sua vida junto de seus amigos.
Já ouvi mais de 29 vezes Darth Vader dizer que é pai de Luke Skywalker, mas não me canso de nos momentos de ócio deitar em minha cama, ligar o DVD e passar um tempo na Galáxia muito distante...
Há pessoas que apreciam a boa culinária. Eu aprecio um bom prato, e se você me perguntasse uma receita especial eu diria prontamente “Dois hambúrgueres, alface, queijo, molho especial, cebola, picles e um pão com gergelim”.
Já diziam que revistas de beleza só fazem você se sentir feio, é por isso que não abro mão de minhas histórias em quadrinhos, desfrutando de horas de diversão em companhia do amigão da vizinhança.
Tenho uma caixinha vermelha onde guardo todas as cartas, bilhetinhos e recados que já recebi. Se já falei que estava apaixonado por uma garota que conheci em menos de uma semana acredite! Sou extremamente volúvel, inconstante, intenso e incompreendido.
Leonardo Reis Longo...
Reis existem muitos, Longo um só!

terça-feira, 15 de maio de 2007

Pedido

- Você pode escrever um texto sobre loucura?
- Posso claro...
Só então você pára para medir o impacto de suas duas palavras! Pode? Como?... Claro? Só se for na sua cabeça...
Você já foi em algum manicômio? Prestou atenção nas aulas de psicologia sem pescar ou perder o foco? Não! Então com que diabos você estava na cabeça pra falar que podia escrever sobre loucura?
É então que ao pensar em diabos você lembra que inventaram a cerveja sem álcool e o estágio não remunerado, que louco faria isso? Só marketeiro mesmo para criar demanda por um produto ou serviço desses.
Bom, já é um começo... Se marketeiros são loucos, pelo menos você está em uma faculdade que gradua as pessoas em loucura. Deve ser por isso que todos insistem em sair pulando e gritando “Louco, louco, louco, louco, louco, ESPM!”.
Pior de tudo, não satisfeitos em gritar despirocadamente, insistem em sair jogando cerveja para todos os lados! Quem joga cerveja fora? Só podiam ser os mesmos alucinados que criaram a versão sem álcool...

terça-feira, 8 de maio de 2007

O texto ruim de um, a inspiração do outro

Alguns apreciam ver uma jogada como a de Messi, ou o Diego fazer um gol de trás do meio de campo. Muitos se sentem impulsionados a jogar futebol, correm pra rua, tentam repetir a dose nos colegas. Eu até hoje não entendo a lógica de 22 pessoas correrem atrás de uma bola. Pior que isso, não consigo assistir inteiro um jogo do Brasil na Copa do Mundo. Alguma parcela disso deve ser o fato de que meu pai evita me emprestar dinheiro quando o Corinthians perde. Não, não é pelo medo de algum corinthiano frustrado me assaltar. Pelo contrário, meu pai é um dos muitos corinthianos frustrados. Tal derrota tem um impacto sobrenatural em sua vida, assim como as vitórias alve-negras fazem esse senhor cinqüentenário insistir em jogar futebol.
Mozart é excepcional! O individuo. A música. Com toda descordenação motora que me é cabida, não consigo acompanhar a complexidade de suas notas, mas entendo o quão belo é seu impacto em uma pessoa que mergulha nesse universo e utiliza-se disso como fonte de inspiração.
Lendo um livro de Machado de Assis, C.S. Lewis, Graciliano Ramos ou J.R.R. Tolkien imagino como funciona a ignescência da inspiração. As falas dos personagens de Frank Miller, um poema de Luis Fernando Veríssimo ou até mesmo um artigo de Wilson Ferrari Jr. São um tiro na inércia de quem gosta de escrever.
É impossível ler algo prazeroso e não se sentir impelido a pegar um papel e caneta. Para aqueles que estão achando que a recíproca é verdadeira, felizmente estão enganados. Não achem que ao ler um texto ruim vocês pensarão duas vezes antes de redigir algo. Pelo contrário, podem até escrever algo metendo a boca no que não gostaram.
O que é um Paulo Coelho para alguns pode ser O Paulo Coelho para outros. A indignação com algum texto meu pode ser a inspiração para algum texto melhor. O fato é que até mesmo uma ilariante jogada como a “cabeçada” de Zidane, não impedirá aquele garoto que joga com bola de meia marque seu gol.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Travou...

Ih, travou! Uma caneta na mão, um caderno no colo e uma quantidade de linhas que ultrapassa as escassas idéias que você não consegue expressar. As aulas de redação só servem para lembrá-lo que você foi treinado para fazer aquilo que não sai de maneira nenhuma. Idéias você até tem, mas está tão gostoso ficar guardada na sua cabeça, por que ela iria querer sair?
Inutilmente você remexe seu acervo de memórias. De preferência a área de relacionamentos mal sucedidos, por mais que você fale deles sempre tem aquele detalhe que você insiste em desenvolver. Na trave, não veio. Você lembra dos filmes, livros, artigos, sites, tudo que viu recentemente. Uma luz acende sobre sua cabeça! Não é aquela lampadinha de idéia que a gente vê nas histórias em quadrinhos, é apenas a luz do seu quarto que teve de ser ligada, lembrando que já é de noite e a porcaria ainda está entalada. Sai desse corpo que não te pertence!
Você vai para o computador, vai que lá a coisa flui. Piorou! O mero ícone do iTunes faz você pensar que uma musiquinha seria uma boa fonte de inspiração. Você pensa melhor, se nem assim você consegue se concentrar como seria com música? Quando menos perceber você vai estar falando do programa de amanhã com seu amigo no messenger e o word estará minimizado como se fosse paisagem da área de trabalho do seu computador.
Você não precisa esperar 9 meses como uma mulher, mas uma hora a coisa sai. Eureka! As pessoas conversam com você, mas no mundo altista que você está, o que acontece é a melhor representação do desenho do Snoop, onde as pessoas falam e você não ouve nada mais que Bla Bla Bla. A caneta não para, você fica com o dedo vermelho de segura-la com tanta intensidade. Falta só passar para o computador.
Ufa, saiu! Melhor de tudo, nem doeu! Você não precisava escrever aquilo, ninguém pediu. Mas você queria, é sempre bom transferir as coisas da cabeça para o papel, te faz sentir mais leve. Você aperta o botão de salvar e dá aquele longo suspiro. Se você fumasse, aquele seria o momento perfeito para acender um cigarro enquanto toma ar na varanda.
Sem esse fardo nas costas você conversa com seu esquecido amigo sobre o programa de amanhã. Ele da pra você o cargo de escolher o que vocês vão fazer. Ih, travou!