terça-feira, 8 de maio de 2007

O texto ruim de um, a inspiração do outro

Alguns apreciam ver uma jogada como a de Messi, ou o Diego fazer um gol de trás do meio de campo. Muitos se sentem impulsionados a jogar futebol, correm pra rua, tentam repetir a dose nos colegas. Eu até hoje não entendo a lógica de 22 pessoas correrem atrás de uma bola. Pior que isso, não consigo assistir inteiro um jogo do Brasil na Copa do Mundo. Alguma parcela disso deve ser o fato de que meu pai evita me emprestar dinheiro quando o Corinthians perde. Não, não é pelo medo de algum corinthiano frustrado me assaltar. Pelo contrário, meu pai é um dos muitos corinthianos frustrados. Tal derrota tem um impacto sobrenatural em sua vida, assim como as vitórias alve-negras fazem esse senhor cinqüentenário insistir em jogar futebol.
Mozart é excepcional! O individuo. A música. Com toda descordenação motora que me é cabida, não consigo acompanhar a complexidade de suas notas, mas entendo o quão belo é seu impacto em uma pessoa que mergulha nesse universo e utiliza-se disso como fonte de inspiração.
Lendo um livro de Machado de Assis, C.S. Lewis, Graciliano Ramos ou J.R.R. Tolkien imagino como funciona a ignescência da inspiração. As falas dos personagens de Frank Miller, um poema de Luis Fernando Veríssimo ou até mesmo um artigo de Wilson Ferrari Jr. São um tiro na inércia de quem gosta de escrever.
É impossível ler algo prazeroso e não se sentir impelido a pegar um papel e caneta. Para aqueles que estão achando que a recíproca é verdadeira, felizmente estão enganados. Não achem que ao ler um texto ruim vocês pensarão duas vezes antes de redigir algo. Pelo contrário, podem até escrever algo metendo a boca no que não gostaram.
O que é um Paulo Coelho para alguns pode ser O Paulo Coelho para outros. A indignação com algum texto meu pode ser a inspiração para algum texto melhor. O fato é que até mesmo uma ilariante jogada como a “cabeçada” de Zidane, não impedirá aquele garoto que joga com bola de meia marque seu gol.

3 comentários:

Unknown disse...

Preciso mudar meu "ele não fala, faz títulos" pela honra de acompanhar dois grandes escritores que admiro muito, Veríssimo e Frank Miller.
Texto com fluência perfeita e tiradas sensacionais. Gostei da sinceridade com relação ao Corinthians.

Anônimo disse...

eu preciso mesmo concordar com o wilson aí em cima. "fluência e tiradas sensacionais!" :)

mas, aqui pra nós: sou louca por futebol. :)

beijo, léo.

Nanda disse...

léo,
se gostar [se não gostar também], visita o blog do léo, meu namorado. :)

www.trans-piracao.blospot.com

ele vai adorar visita e comentário!

:*