domingo, 12 de agosto de 2007

Efeito borboleta de sessão da tarde

É impossível não ficar com a pulga atrás da orelha ao assistir um filme onde os personagens têm a opção de voltar ao passado e alterar pequenos fatos. Você passa a pensar que pequenas ações podem causar efeitos torrenciais no futuro, e como seria sua vida se você tivesse tomado outra decisão alhures.
Uma das coisas que este que vos escreve se arrepende de não ter feito é que quando “pequeno” não assistiu “De volta para o futuro” com os olhos de hoje.
Há alguns anos, fiquei embasbacado ao assistir “Efeito Borboleta”, tentei me inteirar sobre a teoria do caos e fiquei pensando em decisões que tinham moldado o destino. Agora, depois de 6 horas seguidas assistindo “De volta para o futuro”, notei que poderia ter tido esse período reflexivo ainda mais jovem.
Quando era mais novo eu sempre quis ter um Nike McFly que amarrasse sozinho os cordões do tênis, e é imensurável o quanto almejava ter um skate voador, mesmo sem saber andar no com rodinhas.
Assistindo o filme agora em 2007, faltam apenas 8 anos para chegarmos no futuro distante da história e ainda não estamos nem perto de ter a parafernália que tanto quis quando pequeno, mas finalmente entendo o discurso sobre o “corrum temporal” que o Dr. Brown tanto dizia, e além de divertido, o filme pode até gerar boas reflexões, ou no mínimo um texto meia boca, para um blog sem atualizações.
Só voltando para o passado, nas prateleiras de filmes, para achar um filme com um tema sério retratado de uma maneira tão genial e divertida. Criticas a parte, a abordagem sessão da tarde funciona magistralmente bem nesse filme.

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Saudade minha, que não é a sua

No dicionário o verbo esquecer é definido como: “perder a lembrança de alguém ou de alguma coisa”. Pareceria simples, se perder uma lembrança fosse fácil como perder uma moeda, ou até mesmo um óculos.
Saudade é outra palavra que rotular torna-a mais simples e encarável. Podemos defini-la ainda de duas maneiras teoricamente racionais, com intuito de diminuir seu impacto emocional. Podemos dizer de maneira polida e sofisticada que é a “lembrança triste e suave de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de as tornar a ver ou a possuir”. Ou simplificar o já não tão simples, definindo-a como “Nostalgia”.
Se você não consegue perder a lembrança triste e suave da pessoa distante, a ausência de esquecimento acarretará em uma overdose de saudade. Saudade essa que será a sua, não a da pessoa distante. Minha? Não dela? Mas ambos estamos distantes, ou não?
Não! Ela está à milhas de distância para você. Já você... No entanto, todavia, contudo, porém, está a milímetros dela! Milímetros? Sim! Você não saí do calcanhar da pessoa...
Sua saudade sufoca a da pessoa alheia, o que impede que ela sinta tal emoção. Isso acaba tornando-se um ciclo vicioso! Quanto mais você a procura, menos ela quererá que você apareça, pois estará impregnada de sua “presença”. Chico Amaral e Samuel Rosa já exploraram até em música este impacto causado pela saudade unilateral como vemos em “Sinto sua falta, Não posso esperar tanto tempo assim”, e ao mesmo tempo tinham total ciência de que estavam à mercê do outro, como é dito em seguida em “Me sinto só, me sinto só, eu me sinto tão seu...”
Pode ser injusto, mas a saudade minha não é a sua...